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domingo, 17 de janeiro de 2010

"Sem direção"




E tudo ficou estranhamente vazio
pensamentos aturdidos em cantos sórdidos da memória.
Palavras ferem mais que a ausência...
De repente não é mais nada disso
eu me engano pra tentar fugir
não é nada disso!

Tento me convencer que tudo está bem
tento acreditar que é melhor assim,
mas o sorriso soa falso
e o silêncio é a solução.

O desespero bate à porta e consome lentamente.
Eu sinto a chuva em meu corpo
meus olhos estão ardendo
não há mais o que dizer
e de repente eu só quero desistir.
O dia está sangreto
não consigo me distrair
hoje tudo está em tons de cinza...

Passo horas olhando a chuva
tentando entender
o vazio no peito
a angústia na alma
e as vozes no deserto que sufocam minha mente...

E cai a chuva silenciosa
e constante.
Há um pássaro em minha janela
com seus olhos atônitos aos cantos sórdidos do meu quarto
e insiste em quebrar o silêncio doente,
mas meus olhos instigam
persiste
em vagar sem direção...


 



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